sábado, 3 de julho de 2010


Ele era um verdadeiro cretino, mas daqueles que vc tem nojo de vc mesma por ainda falar com ele...Confessou amor, declarou fidelidade e até jurou que nem ligava para as celulites que insistiam em saltar na parte lateral da perna dela.


Nojento, mentiroso, cheio de enrolações...mas o jeito que ele pegava a moça era suficiente pra ela esquecer as canalhices dele.


Não era bonito, mas tinha essas coisas que as mulheres insistem em dizer que 'não resistem'...era charmoso, inteligente e pensava que tinha um bom papo. Conseguiu enganar bem, elas se permitiam ser enganadas.


A última dele foi não atender ao telefone, quando tinham marcado um jantar com os pais dela. Ela não cabia em si de tanta raiva...

segunda-feira, 28 de junho de 2010


Depois de pensar um pouco
Ela viu que não havia mais motivo e nem razão
E pôde perdoá-lo

É fácil culpar os outros
Mas a vida não precisa de juízes
A questão é sermos razoáveis

E por isso voltou
Pra quem sempre amou
Mesmo levando a dor daquela mágoa
Mas segurando a sua mão
Sentiu sorrir seu coração
E pôde amar como nunca havia amado

Mas como começar de novo
Se a ferida que sangrou acostumou a se sentir
Prejudicada

É só você lavar o rosto
E deixar que a água suja leve longe do seu corpo
O infeliz passado

E por isso voltou
Pra quem sempre amou
Mesmo levando a dor daquela mágoa
Mas segurando a sua mão
Sentiu sorrir seu coração
E pôde amar como nunca havia amado

E viveram felizes para sempre
E viveram felizes para sempre
Estavam livres da perfeição
Que só fazia estragos

Depois de pensar um pouco
Ela viu que não havia mais motivo e nem razão
E pôde perdoá-lo

É fácil culpar os outros
Mas a vida não precisa de juízes
A questão é sermos razoáveis

E por isso voltou
Pra quem sempre amou
Mesmo levando a dor daquela mágoa
Mas segurando a sua mão
Sentiu sorrir seu coração
E pôde amar como nunca havia amado

E viveram felizes para sempre
E viveram felizes para sempre
Estavam livres da perfeição
Que só fazia estragos por aqui
Que só fazia estragos
Só fazia estragos
Que só fazia estragos

quarta-feira, 23 de junho de 2010




Se ele não fosse tão gostoso, tão lindo e tão educado...ela bem que poderia mandar ele se fuder, mas não teve coragem e somente fuzilava o rapaz com os olhos, sem mover um músculo da face. Olhava para o seu carro popular destruído e para o BMW do cidadão, que tinha apenas uns arranhões na parte lateral.

Se ele tivesse ligado a seta ou buzinado, nada disso teria acontecido. Ele foi imprudente e ela perdeu a hora no salão. Ele conseguiu livrar o carro de um impacto maior e ela foi obrigada a se jogar por cima da calçada...

Ele voltava da academia, estava relaxado, acionara o seguro. Estava sentado, propavelmente pensando na morte de bezerra. Ela tentava, ainda, falar com o seguro. Irritada mas tentando demonstrar calma, não se conteve:

- Você sempre comete essas tolices no volante?


- Não, creio que essa tenha sido a primeira vez.


- "Creio"? Como assim? Vc come e não reza?


- Sou ateu, mas entendi bem o que vc tentou dizer. É pq eu não gosto muito de dirigir, estou sempre alheio ao trânsito.


- Alheio ao trânsito? E então pq vc está conduzindo um veículo?


- Dispensei o motorista hoje. Resolvi fazer alguma coisa diferente.


- E realmente fez, mas fez mesmo. Nossa, vc nem imagina como fez.




E por um instante ela lembrou que aquele deus grego tinha um defeito terrível: era ruim de cama. Ela defendia, mesmo sem saber os motivos, que um homem que não sabe dirigir, não sabe fazer sexo. E por ainda não acreditar, voltou a observar o moço.






- Sim, mas...vc mora por aqui? Ou veio de longe, me causar esse estrago?


- Sim, na rua Arnaldo Freitas de Aquino. Na casa 356. E vc? Em qual castelo mora a princesa?


- Estou mais pra príncipa...mas não moro por aqui, tive somente a infelicidade de pegar essa avenida, com o objetivo de livrar do engarrafamento...mas encontrei vc, que me causou esse estrago. Sou de outra cidade. Estou na casa de uma amiga.


- Mas pode relaxar, tudo será pago. Isso não é problema.


- Sei...e vc tem problemas?


- Quem não tem? Tenho sim, mas tudo sob controle.




E voltou a pensar naquele homem de quase dois metros deitado na sua cama, fazendo sexo oral nela, usando todas as habilidades manuais e bucais e veio a possíbilidade de ele não transar bem...Olhou as mãos, os pés, as pernas. Fitava cada detalhe das costas largas e bem trabalhadas, os músculos dos braços. A covinha na bochecha...era realmente muito bonito. Dentes perfeitos, olhos brilhantes...tinha observado quase tudo...




-Olha, eu preciso ir. Já estou atrasada demais pra o salão. Dê-me seu telefone que entrarei em contato. O carro pode ficar por aí, ou melhor, o que restou do carro.


- Vc é sempre assim? Arredia? Áspera? Ou está com medo de alguma coisa?


- Realmente senhor...como é mesmo seu nome?


- Olavo. E vc? Como se chama?


- Judithe. Perdoe a aperente falta de educação, mas eu perdi a hora do salão e provavelmente não vou conseguir um encaixe. Tenho um casamemto hj, serei madrinha. Imagina a situação?


- Vc será madrinha de um casamento? Nossa, eu também.


- É ainda tem tanta gente casando, né? Monte de loucos.


- Alguma coisa contra?


- Jamais, adoro casamentos. Só espero não ir ao meu.


- Nossa, eu já casei 4 vezes, é muito bom.


- Continua casado?


- Não.


- Tão bom que vc está solteiro. Ai, ai, ai...vai enterder os homens.








E por um instante, ela observou o tamanho do short dele. O quanto estava apertado e como ele era bem dotado. Teve pensamentos pecaminosos e mais vez viu o deus na sua cama, dessa vez no maior amasso. Ela era uma balzaquiana bonita, teve alguns namorados canalhas e um ou dois mais decentes, que ela não conseguiu suportar. "Eram perfeitos demais, preciso de mais falhas, mais defeitos", era assim que ela justificava todas as vezes que os amigos lamentavam o fim do relacionamento. Trabalhava e conseguiu frequentar bons lugares, era agradável, com exceção de alguns dias no mês. Mas havia uns meses que não fazia sexo. Por isso a irritação.






- Preciso mesmo ir. Vou providenciar uma peruca.


- Tome meu cartão. Espero que tudo se resolva o mais rápido possível. E...bom casamento.


- Pra vc também. E da próxima vez, leve seu motorista.






Ela pegou um táxi e pediu que ele fosse até o shopping mais próximo. Lá, certamente, teria um salão. A amiga ligou:




- Ju, vc tá bem? Conseguiu achar o salão?


- É quase isso. Mas to bem, pessoalmente conto os detalhes.


- Amiga, vc terá um pequeno problema, mas acho que vc vai acabar gostando. Não precisa ir à igreja com seu carro. O seu par vai pegar vc na casa de mamãe.


- Ah, q sorte, ele parece q tem bola de cristal. Já estou gostando desse rapaz.


- Amiga, o nome dele é Olavo, mas a gente chama ele de Olavinho. Seis em ponto ele chega.


- Estarei pronta, em ponto. Beijo.






E ela não imaginou que naquela noite teria a certeza se ele era ou não bom de cama...




terça-feira, 22 de junho de 2010


Nossa alegria não significa que estamos amando. Pode significar que podemos amar. (Fabricio Carpinejar)

Mais uma de Amor...


E nessa vida de tantos encontros e desencontros tenho visto, ouvido e anotado muitas histórias de amor, de amizade, de traição, de vida...tantas, tantas, que de repente registrar vale a pena...


Mais uma de Amor




E tinha sido a primeira vez que ela ficou feliz em andar de ônibus. E foi a primeira vez que ela agradeceu a Deus por ser pobre e usar transporte coletivo.


Todos os dias ela tentava não fazer as mesmas coisas, mas já entendia que não poderia mudar tudo. E aceitava algumas rotinas que eram impostas pelo trabalho, pelas pessoas e até por ela mesma.


Era uma mulher inteligente, que sabia como valorizar seus pontos fortes e esconder as falhas. Tinha um ar de curiosidade, olhava com precisão e era atraída por cheiros. Saudosa, já tinha experimentado a situação de vítima mais vezes que a de culpada e achava que estava na hora de mudar os lados. Não tinha medo de morrer, mas detestava injeções e por isso evitava se envolver em situações que resultassem na precisão de uma seringa.

Lembrava das paixões com saudade de si mesma, de como ficava encantada com os outros. Entendia que era melhor sofrer, perder e sentir a falta do outro...mas amar intensamente, a nunca ter se envolvido.


Acordava cedo há tempos e já gostava de pensar que o dia passava mais rápido quando ela despertava com o sol fraco, ainda muito cedo.


Fazia o mesmo trajeto, subia no mesmo ônibus, sempre na mesma hora e já tinha uma certa simpatia pela cobradora daquela viagem.


Sentava ao lado da janela, gostava de ver pessoas, paisagens e esperava que alguma coisa acontecesse. Espera ver e encontrar alguma coisa nova. Alguém que chamasse a sua tão dispersa atenção. Era engraçada quando estava de mau humor e complicada na TPM. Tímida e ao mesmo tempo falante, pensava mais rápido do que conseguia expressar e quase sempre associava cheiros aos sentimentos.


Até que um dia, os olhos daquela moça viram algo diferente. Ela sentiu graça e leveza por instantes e um pouco de lamentação por saber que era apenas uma viagem do subúrbio até o centro, no máximo. Mas, por instantes, seus olhos se encantaram. Ele subiu no ônibus e ela pensou que tinha encontrado o que tanto procurava.


Mas ele desceu tão rápido que ela nem conseguiu ver os olhos dele. Não sabia a moça que aquela seria a primeira de tantas vezes que ela viria o moço...


E ela sentava todos os dias na mesma cadeira, pegava o ônibus no mesmo horário, esperava na mesma janela. E ele subia, passava pela catraca, ficava sempre de pé, na mesma posição. Contava 4 paradas e ele descia.


E os 12 minutos que ele ficava dentro do ônibus eram suficientes para ela ver a tatuagem dele, a marca dos óculos, a calça jenas, o tenis - vez ou outra sapato, a blusa que - ela não sabia se era apertada ou se o braço dele era muito forte, o corte do cabelo, o formato do rosto, da boca, das mãos.


E ela observou o moço por dias, meses, por dois anos. Ela mudava o penteado, a cor do batom, a blusa, mudava a armação dos óculos e mudava a expressão...mas ele não percebia a moça.


Até que um dia, depois de dois anos...ela se mudou e não mais pegou o ônibus. Mas a imagem dele estava bem guardada na memória dela. Ele tinha ficado marcado nos olhos dela. (continua...)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Muitos de tantos começos...

Eis-me aqui, em mais uma tentativa de continuar com um blog. Dessa fez houve uma inspiração. Estava no estúdio, quando Tarcísio Bocão me vem com idéias mirabolantes e sai com um "D Maiúsculo". Gostei. Resolvei iniciar mais uma vez...
Entrem, a porta está sempre aberta para o sol entrar.